Pela primeira vez na minha carreira não fui para final da minha categoria no Mundial. A vitória traz uma felicidade enorme, indescritível e que não é possível traduzir em palavras. A derrota vem da mesma maneira, só que ao contrario.
Desde que sai do Tatame no sábado fico pensando nos meses de treinamento, dedicação, dieta, três meses longe de casa... A primeira pergunta que me veio à cabeça foi: Será que valeu a pena?
São muito pequenos os detalhes que separam os lugares do pódio.
Minha adversária na semifinal soube aproveitar mais as posições e mereceu a vitória. Tem toda a minha admiração, não só pelo jiu-jitsu, mas pela pessoa que ela é, o que pra mim vale mais do que qualquer medalha, e pela dedicação e amor ao esporte. Parabéns Marina!
Sei o quanto é difícil para as mulheres do Jiu-jitsu conseguirem se manter competindo pela falta de patrocínio e espaço na mídia. Na maioria dos casos elas trabalham para sustentar o treinamento, por amor ao esporte.
Mais uma vez o jiu-jitsu me ensina uma lição de vida e responde a minha pergunta: Será que valeu a pena?
Claro que sim, faria tudo de novo! Faço pelo meu amor ao Jiu-jitsu, minha família que criou tudo isso, pelos meus alunos do kapacidade!
O que realmente importa é a jornada. Nem sempre conseguimos a vitória no tatame, mas nos fortalecemos para os próximos objetivos.
Agradeço a Deus, minha família, meus professores, meus mestres Renzo e Rilion, a equipe Gordo Jiu-jitsu, a equipe Atos, Rafael e Guilherme Mendes, Bruna Ribeiro, André Galvão, meu primo Ronis Gracie, meu preparador Marcio Pimentel e todos vocês que sempre torcem por mim.
Saio desse Mundial triste, mas de cabeça erguida, sabendo que fiz tudo para ser a campeã. Dei o meu melhor nos treinos, treinei com lesões, tratei, foquei.
Amanhã é um novo dia e já tenho que focar nos meus próximos objetivos, agora com mais uma experiência. Ainda vejo um caminho bem longo na minha carreira de atleta.
OOOSSS