JIU-JITSU COMO INCLUSAO SOCIAL

 “Sempre acreditei no JJ com uma ótima ferramenta para a inclusão social, além de uma profissão para essas crianças no futuro. O mercado de trabalho do JJ cresce a cada ano em países como EUA, Europa, China e Japão. Só nos Emirados Árabes, por exemplo, foram contratados 150 professores em 2009”

 A história começa no dia 24 de dezembro de 2006, quando fui conhecer, junto com o meu tio Ryan, mãe Flavia, irmã Rayra e vó Vera, um projeto muito lindo chamado Familia Santa Clara, em Vargem Grande, RJ.

 Levamos alguns presentes e conheci muitas crianças que ali moravam. Muitas não tinham uma família de sangue, mas construíram ali laços que, na maioria das vezes, nem a própria família conseguiu. Me apaixonei pela família e passei a frequentar e a participar do dia a dia da casa.
 No Natal que passamos lá, meu tio Ryan teve a ideia de começarmos com o JJ, mas como na época eu morava nos EUA e ele em SP, ficou difícil organizar.
 Estamos sempre protelando o nosso comprometimento com ações sociais. Quando tiver mais tempo, ou quanto tiver mais dinheiro... Se fosse esperar, nada teria sido feito até hoje.

 Em 2008, quando voltei a morar no Brasil, resolvi que era a hora de começar. Conversei com os responsáveis da casa, Cicero e Eliete, que adoraram a ideia.
 Primeiro reformamos um espaço da casa que estava bem "acabado", essa obra demorou bastante, quase seis meses. Começamos pelo telhado, tinha tanta goteira que parecia uma peneira, arrumamos as paredes e porta.
 Depois ganhamos um tatame de doação, mas não se encaixavam pq eram sobras. Então, por muito tempo, treinamos com várias falhas, muitas vezes batíamos o joelho ou um cotovelo no chão. Um outro problema era que quando chovia, entrava água pela janela e a aula tinha que ser suspensa. Algumas vezes dirigi uma hora para dar aula e não pude.
 As coisas foram melhorando, fizemos um orçamento com a JETPOWER, que fez um desconto muito bom e conseguimos doações que pagaram o nosso novo tatame e finalmente comecei a dar aulas em Fevereiro de 2008. Em pleno carnaval, em meio a fantasias para os blocos, as crianças agora contavam com uma fantasia nova: o kimono.
 Logo no inicio, as crianças já amaram o esporte e, em pouco tempo, percebemos a evolução dentro e fora do tatame. Todos os princípios do JJ, que aprendemos dentro do tatame, aplicamos fora dele, independente da profissão escolhida, formando o cidadão.
 Em junho de 2010, assumi as aulas do Projeto Frei Gaspar, tb em Vargem Grande, RJ, a convite do responsável, Bruno Neves. Agora dou aulas semanalmente e fico me dividindo entre os 2 lugares.

 Essa é a oportunidade que estou tendo de retribuir tudo o que o JJ me deu.
 O carinho, as medalhas que eles conquistaram e a disciplina adquirida, me fizem acreditar que vale pena.

 Quero crescer e estruturar com o projeto e em breve vou ter mais novidades pra contar aqui.

Ate a próxima!! OOSS